RESENHA: KOVACS,
I; Os avanços tecnológicos e o futuro do trabalho: debates recentes.Atas do XVI
ENSIOT. pp. 10-23 Lisboa: novembro de
2015
OS AVANÇOS
TECNOLÓGICOS E O FUTURO DO TRABALHO: DEBATES RECENTES
A
autora procura em seu artigo apontar as definições quanto aos rumos do trabalho
baseadas em duas correntes de pensamento a respeito dos avanços tecnológicos e
seus impactos no mundo do trabalho. Para seu contraponto, Ilona utiliza-se do
mito do empreendedorismo que defende que o futuro do trabalho está mesmo na
prestação de serviços através de plataformas virtuais e distante do padrão de
salário, benefícios e seguridade trazidos pelo tradicional vínculo
empregatício. Do outro lado analisa as discussões vigentes em torno da relação
entre tecnologias digitais e o emprego.
A
relevância do estudo de Ilona está em problematizar uma situação real que já se
configura diante de muitas nações: o aumento do trabalho autônomo, com
iniciativas empreendedoras e através de plataformas virtuais. Fenômeno muito
associado a diminuição do emprego formal e que aponta para uma conjuntura de
raízes na política, economia e sustentabilidade ambiental.
O
que a autora parece problematizar em sua pesquisa é se de fato quais os
impactos dos avanços tecnológicos para o mundo do trabalho. Tendo como objetivo
geral percebe-se a necessidade de enxergar a trajetória dos avanços tecnológicos
e seus impactos no mundo do trabalho. Como objetivos específicos demonstra
pretender demonstrar como plataformas digitais e empreendedorismo fora
conjugados para provocar o mercado e desaceleração. Em segundo lugar apontar os
riscos de uma polarização social mediante o uso empregado atualmente às
tecnologias digitais. E por ultimo propõe-se algumas sugestões de políticas
para a solução de problemas do mundo do trabalho na era digital.
Como referencial teórico, os autores
apresentam:
TEMA
|
DETALHAMENTO
|
AUTORES
|
Plataformas
digitais e empreendedorismo
|
Impactos
do aumento do uso das plataformas digitais e do empreendedorismo no mundo do
trabalho
|
Handy
(1984)
Bridges
(1990)
Zysman,
Kenney (2014)
Malone
(2004)
Malone,
Laubacher e Johns (2011)
DePillis
(2015)
Weiner
(2015)
Haltiwanger
(2012 e 2014)
Hathaway
(2014)
|
Tecnologias
Digitais e o emprego
|
O
risco de se estabelecer a polarização social
|
Zysman,
Kenney (2014)
Braynjollfson,
McAfee e Spence (2014)
Autor
(2010)
Dorn
(2013)
Braynjollfson,
McAfee e Spence (2014)
Rotman
(2013)
Frei
e Osborne (2013)
Lisboa
(1994)
Castel
(1995)
Gorz
(1997)
Bourdiel
(1998)
Boutanski
e Chiapello (1999)
Castells
(1998)
Beck
(2000)
Stiglitz
(2013)
Piketty
(2014)
Baker
(2014)
Mishel
(2012 e 2014)
|
Possíveis
saídas
|
Sugestões
de políticas para a solução dos problemas do mundo do trabalho na era digital
|
Braynjollfson,
McAfee e Spence (2014)
Stiglitz
(2013)
Kovács
(2002 e 2015)
Piketty
(2014)
Gorz
(1997)
Rifkin
(1995)
|
Como Metodologia os autores apresentam a seguinte descrição:
TEMA
|
DETALHAMENTO
|
AUTORES
|
Tipo
de pesquisa
|
Descritiva
|
-
|
Abordagem
|
Qualitativa
|
-
|
Método
|
Revisão
Bibliográfica
|
-
|
População
|
-
|
-
|
Amostra
|
-
|
-
|
Unidade
de análise
|
O
Mito Empreendedor
|
-
|
Unidade
de Observação
|
Tecnologias
Digitais
|
-
|
Coleta
de dados
|
Bibliográfica
|
-
|
Analise
de Dados
|
Revisão
Bibliográfica
|
-
|
Como Resultados os autores apresentam:
TEMA
|
DETALHAMENTO
|
AUTORES
|
Manutenção
do trabalho humano
|
Desenvolvendo
as competências em que a máquina nunca vi ser excelente
|
Braynjollfson,
McAfee e Spence (2014)
|
Controle
do uso das plataformas digitais
|
Criação
de políticas públicas e aumento da fiscalização e tributação
|
Kovacs
(2015)
Piketty
(2014)
|
Utilização
das tecnologias de forma positiva
|
Promovendo
simultaneamente produtividade e qualidade de vida
|
Stiglitz
(2013)
|
A autora conclui que o trabalho com
uso das tecnologias virtuais tal qual o conhecemos apresenta um avanço do ponto
de vista dos recursos e acessos a que se pode chegar pela economia que essas
tecnologias podem representar. Além dos ganhos em velocidade e eliminação de
erros. Porém essa economia mascara o proporcional aumento do desemprego, o
excesso de especialização do próprio trabalho que segrega o trabalhador pouco
formado e torna o mercado polarizado. Para a autora a única saída está em políticas
públicas e fiscais coerentes e com o aumento do controle.
Considera-se a discussão proposta
muito pertinente porque problematiza o uso das tecnologias virtuais para o
trabalho também do ponto de vista crítico, considerando o custo dessa economia
para a saúde e o emprego do trabalhador. Além disso, o artigo leva a confrontar
de forma realista as vantagens, mas também as desvantagens do uso de tecnologias
virtuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário