sábado, 18 de abril de 2020

OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E O FUTURO DO TRABALHO: DEBATES RECENTES


RESENHA: KOVACS, I; Os avanços tecnológicos e o futuro do trabalho: debates recentes.Atas do XVI ENSIOT. pp. 10-23  Lisboa: novembro de 2015

OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E O FUTURO DO TRABALHO: DEBATES RECENTES

A autora procura em seu artigo apontar as definições quanto aos rumos do trabalho baseadas em duas correntes de pensamento a respeito dos avanços tecnológicos e seus impactos no mundo do trabalho. Para seu contraponto, Ilona utiliza-se do mito do empreendedorismo que defende que o futuro do trabalho está mesmo na prestação de serviços através de plataformas virtuais e distante do padrão de salário, benefícios e seguridade trazidos pelo tradicional vínculo empregatício. Do outro lado analisa as discussões vigentes em torno da relação entre tecnologias digitais e o emprego.
A relevância do estudo de Ilona está em problematizar uma situação real que já se configura diante de muitas nações: o aumento do trabalho autônomo, com iniciativas empreendedoras e através de plataformas virtuais. Fenômeno muito associado a diminuição do emprego formal e que aponta para uma conjuntura de raízes na política, economia e sustentabilidade ambiental.
O que a autora parece problematizar em sua pesquisa é se de fato quais os impactos dos avanços tecnológicos para o mundo do trabalho. Tendo como objetivo geral percebe-se a necessidade de enxergar a trajetória dos avanços tecnológicos e seus impactos no mundo do trabalho. Como objetivos específicos demonstra pretender demonstrar como plataformas digitais e empreendedorismo fora conjugados para provocar o mercado e desaceleração. Em segundo lugar apontar os riscos de uma polarização social mediante o uso empregado atualmente às tecnologias digitais. E por ultimo propõe-se algumas sugestões de políticas para a solução de problemas do mundo do trabalho na era digital.
Como referencial teórico, os autores apresentam:
TEMA
DETALHAMENTO
AUTORES
Plataformas digitais e empreendedorismo
Impactos do aumento do uso das plataformas digitais e do empreendedorismo no mundo do trabalho
Handy (1984)
Bridges (1990)
Zysman, Kenney (2014)
Malone (2004)
Malone, Laubacher e Johns (2011)
DePillis (2015)
Weiner (2015)
Haltiwanger (2012 e 2014)
Hathaway (2014)
Tecnologias Digitais e o emprego
O risco de se estabelecer a polarização social
Zysman, Kenney (2014)
Braynjollfson, McAfee e Spence (2014)
Autor (2010)
Dorn (2013)
Braynjollfson, McAfee e Spence (2014)
Rotman (2013)
Frei e Osborne (2013)
Lisboa (1994)
Castel (1995)
Gorz (1997)
Bourdiel (1998)
Boutanski e Chiapello (1999)
Castells (1998)
Beck (2000)
Stiglitz (2013)
Piketty (2014)
Baker (2014)
Mishel (2012 e 2014)
Possíveis saídas
Sugestões de políticas para a solução dos problemas do mundo do trabalho na era digital
Braynjollfson, McAfee e Spence (2014)
Stiglitz (2013)
Kovács (2002 e 2015)
Piketty (2014)
Gorz (1997)
Rifkin (1995)
Como Metodologia os autores apresentam a seguinte descrição:
TEMA
DETALHAMENTO
AUTORES
Tipo de pesquisa
Descritiva
-
Abordagem
Qualitativa
-
Método
Revisão Bibliográfica
-
População
-
-
Amostra
-
-
Unidade de análise
O Mito Empreendedor
-
Unidade de Observação
Tecnologias Digitais
-
Coleta de dados
Bibliográfica
-
Analise de Dados
Revisão Bibliográfica
-
Como Resultados os autores apresentam:
TEMA
DETALHAMENTO
AUTORES
Manutenção do trabalho humano
Desenvolvendo as competências em que a máquina nunca vi ser excelente
Braynjollfson, McAfee e Spence (2014)

Controle do uso das plataformas digitais
Criação de políticas públicas e aumento da fiscalização e tributação
Kovacs (2015)
Piketty (2014)
Utilização das tecnologias de forma positiva 
Promovendo simultaneamente produtividade e qualidade de vida
Stiglitz (2013)

A autora conclui que o trabalho com uso das tecnologias virtuais tal qual o conhecemos apresenta um avanço do ponto de vista dos recursos e acessos a que se pode chegar pela economia que essas tecnologias podem representar. Além dos ganhos em velocidade e eliminação de erros. Porém essa economia mascara o proporcional aumento do desemprego, o excesso de especialização do próprio trabalho que segrega o trabalhador pouco formado e torna o mercado polarizado. Para a autora a única saída está em políticas públicas e fiscais coerentes e com o aumento do controle.
Considera-se a discussão proposta muito pertinente porque problematiza o uso das tecnologias virtuais para o trabalho também do ponto de vista crítico, considerando o custo dessa economia para a saúde e o emprego do trabalhador. Além disso, o artigo leva a confrontar de forma realista as vantagens, mas também as desvantagens do uso de tecnologias virtuais.







Nenhum comentário:

Postar um comentário