CENTRO UNIVERSITÁRIO
UNIHORIZONTES
MESTRADO EM
ADMINISTRAÇÃO
TEORIA DAS
ORGANIZAÇÕES – 1º BIMESTRE/2020
Professor:
DR. Luiz Carlos Honório
GUILHERME
AUGUSTO DE OLIVEIRA FREIRE
RESENHA: EVOLUINDO JUNTO COM A ORGANIZAÇÃO
AKTOUF, Omar. Administração
e teorias das organizações contemporâneas: rumo a um humanismo radical
crítico?. Organ. Soc. [online]. 2001, vol.8, n.21,
pp.13-33. ISSN 1413-585X.
Omar
Aktouf, argelino nascido em 1944, professor titular da Ecole dês Hautes Études
Commerciales (HEC). Com Ph.d. em Management, é autor de diversos livros e um
pensador bastante influente na busca por novas formas de pensar a Administração
diante de um mundo globalizado, consultor independente em diversas
organizações, dentre elas, a GTZ (Agência Alemã de Cooperação e Ajuda ao
Desenvolvimento), a GIAT-Industries (Europa e Estados Unidos), a ETAP
(Companhia Petroleira do Estado da Túnisia), o Grupo Financeiro Desjardins
(Canadá), a Cascades Inc. (Multinacional de origem canadense de papel e
celulose) e a SONATRACH (Sociedade Nacional Argelina de Petróleo).
No texto o autor demonstra
como a administração pode evoluir como ciência, o artigo fala sobre a existência de uma
necessidade de criar um embasamento teórico adequado em relação as novas
teorias organizacionais e de se criar novos conceitos de administração na
atualidade. O autor sinaliza questionamentos sobre o homem e as dificuldades
relativas a enorme quantidade de textos e se propõe a revolucionar a
administração.
O autor analisa
teorias clássicas da administração apontando valores humanistas mesmo em
teorias onde a busca é por uma proposta de produzir mais gastando menos e
também modelos como o toyotismo onde se busca uma qualidade total com coesão
dos níveis hierárquicos e visando uma produção melhor ao invés de maior, onde
todos os empregados devem ser protagonistas todas essas teorias têm fundamentos
humanistas.
Aktouf cita grandes
estudiosos da administração clássica como Mayo, Fayol e Taylor e que eles descreviam
a importância do trabalho em equipe, do diálogo, incentivo, participação,
criatividade e, principalmente, do fator humano, esses fatores foram baseados
em conceitos como radicalismo, humanismo até mesmo, em teorias marxistas levando
em consideração o poder do proletário. O empregado deixa de ser passivo e
obediente para um colaborador, com autonomia e motivação, o que o liberaria da
alienação e exploração, mas o autor deixa claro que essa mudança não acontecerá
sem uma mudança cultural.
Ele considera como
diferenças entre “humanismo” e “humanismo-radical”, sendo que, do seu ponto de
vista, o “humanismo-radical” é um retorno as raízes e a uma proposta de
conversão e das grandes escolas, abordando elementos que considera mais
significativos, como considerar o ser humano único devido a seu status único de
“self-conscient” ou livre arbítrio e
“um ser dotado de consciência, de julgamento próprio”, como sua natureza
“social-comunitária”. Para ele não é fácil de uma organização alcançar uma
postura relacionada ao humanismo, sendo importante uma prática administrativa
que rompa a concepção de tratamento do ser humano no trabalho como instrumento
de produção, possibilitando ao empregado participar, colaborar e fazer seus, os
objetivos da empresa. Aktouf mostra vários autores que reforçam sua proposta
por uma revolução da administração, mais humana e focada no trabalhador
colaborador cumplice ativo e enumera alguns dificultadores da prática da sua
teoria.
Aktouf deixa claro
sua que sua corrente do humanismo-radical não busca questões ideológicas e sim
completar as teorias da administração somando a elas uma concepção mais atual e
humana, ele expõe que a predominância nas organizações a cultura da qualidade
total, mas sem a visão do homem por inteiro e indica que a empresa inteligente
é aquela composta de diferentes inteligências individuais, motivadas pelo
desejo de colaborar, inventando soluções originais e enfrentando a desafios que
surgem todos os dias, a empresa precisa ser um local de troca em uma relação de
mutualismo entre a força laboral do empregado e a busca pela riqueza do
capitalismo, para ele precisa de uma mudança separando o empregado do lucro, o
empregado deve ser “mais cúmplice e mais vivo” e somente seria possível
alcançar esse cenário, se houver uma organização onde a transparência, a
simetria e a equidade sejam pontos de partida para a humanização.
Akitouf traz uma releitura
contemporânea do manifesto comunista de Karl Marx e Friedrich Engels onde especialmente para mim o
conceito de mais-valia relativa se faz muito presente, principalmente nas
gerações Z e alpha onde o tempo é um
constructo muito importante e cada vez mais levado em consideração no fator
qualidade de vida, ainda consigo enxergar uma parte dessas gerações utilizando
de empresas para se obter o dinheiro de subsistência não preocupando tanto com
o futuro quanto as outras gerações passadas, os empregados das gerações Z e alpha tem o foco apenas no agora e não
tanto no futuro, a qualificação da mão de obra e a melhora nos meios de
produção ou da organização e qualidade como é descrito no modelo japonês leva
um problema que as atuais organizações tem enfrentado principalmente como as
novas gerações onde o conhecimento intrínseco se perde e a alta rotatividade
desses.
A conclusão do texto
se faz com uma ampla reflexão do autor sobre o quanto é urgente o
“empregado-assalariado-custo” caminhar para o “empregado-cumplice-ativo”, sendo
essa mudança o resultado de uma organização pautada no “humanismo vivido
aplicado”, embora todas as implicações positivas e negativas que essa mudança
possa trazer. Muito atual é a analise do autor sobre as demissões em massa de
grandes empresas que tratam seus empregados como custo. As organizações devem
focar no individuo e se organizarem para trabalhar em uma constante relação de
mutualismo, como disse anteriormente acredito que as gerações mais novas
criaram barreiras para esse modos teóricos onde somos apenas números e
empresários querem nos sugar toda força vital em troca da busca incansável pelo
lucro. A educação e o conhecimento é a única forma para se forçar a uma
revolução mais humanizada, quanto maior a sua formação mais se tem poder para
negociar e mais se torna justa essa relação entre empregado-empregador criando
o ambiente que Aktouf tanto busca.
Meu questionamento se
faz de como as empresas podem se preparar tanto financeiramente quanto como
estruturalmente para receber as novas gerações que buscam mais essa
cumplicidade que a exploração.
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