sábado, 18 de abril de 2020

Análise de competências na formação do administrador

Guilherme Augusto de Oliveira Freire


SOUZA, Donizeti Leandro de; FERRUGINI, Lílian; ZAMBALDE, André Luiz. Formação do administrador: uma análise sobre o desenvolvimento de competências no ensino superior. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, Florianópolis, p. 150-171, fev. 2017. ISSN 1983-4535.

O Autor principal do texto, Donizeti Leandro Souza é professor no no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - Campus Três Corações. Doutor e mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras na área de Gestão estratégica, Marketing e Inovação e integrante do Grupo de Estudos em Redes, Estratégia e Inovação GEREI/UFLA.
O texto aborda a situação atual dos egressos do curso de administração e faz um aparato geral sobre o que está funcionando e o que não está dentro do curso de administração, os autores tentam demonstrar na perspectiva dos alunos das Instituições de Ensino Superior (IES) e utiliza como base as competências identificadas no  Projeto Tuning – América Latina (BENEITONE et al., 2007) e nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Bacharelado em Administração (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2005). O texto contém 5 seções e aborda a trajetória do estudo descritivo e quantitativo elaborado a partir de uma amostra não probabilística em 3 IES mineiras, o que limita muito o resultado geral da pesquisa, onde não foi levando em consideração fatores demográficos, econômicos e sociais, visto que o Brasil é um país continental e de grande diversidade, foi aplicado um questionário contendo as competências identificadas no  Projeto Tuning, sendo mensuradas por meio de escalas tipo likert, ao meu entendimento essa foi a melhor maneira de se parametrizar os dados mesmo que alguns autores a critiquem pois permite apenas ordenação dos indivíduos por meio da favorabilidade de sua atitude com relação a determinado objeto, mas não revelam uma base para se dizer quanto um indivíduo é mais favorável que outro, nem para medir a quantidade de mudança de certa experiência (SELLTIZ et al., 1975; SANCHES; MEIRELES; SORDI, 2011). Acho também que a escala escolhida por eles foi muito ampla, 0 (não desenvolvidas) a 10 (fortemente desenvolvidas), o que favoreceu os dados mais centrais.
A parte principal do estudo é seção de resultados e discussões, nessa seção os autores fazem uma fundamentada análise dos resultados encontrados, com justificativas estatísticas e embasamento dos dados apresentados, a conclusão se deu pela força do grupo das competências de gestão, os autores demonstram também sua preocupação com o baixo resultado das competências tecnológicas.
Os autores concluem que as competências de formação dos alunos de administração não tem acompanhado as exigências evidenciadas na literatura, eles citam BEFEITONE et al., 2007 e PAES DE PAULA, 2001, o que corrobora também  com Moreira et al. (2014), que afirma que devido a competitividade, o mercado requer o perfil de um administrador com uma visão generalista de conhecimentos, nas várias áreas da Administração como contabilidade, direito, economia, gestão ambiental, dentre outras. Além disso, o administrador moderno deve aprimorar suas habilidades por meio de atividades variadas para que construa um perfil considerado adequado para o mercado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENEITONE, P.; ESQUETINI, C.; GONZÁLEZ, J.; MALETÁ, M. M.; SIUFI, G.; WAGENAAR, R. Reflections on and outlook for Higher Education in Latin America. Bilbao: Universidad de Deusto, 2007.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução nº 4, de 13 de Julho de 2005. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 2005.

MOREIRA, F. M.; Queiroz, T. R.; MACINI, N.; CAMPEÃO, G. H. Os alunos de administração estão em sintonia com o mercado de trabalho?. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 19(1), 61-88, 2014.

SANCHES, C.; MEIRELES, M.; SORDI, J. O. de. Análise qualitativa por meio da lógica paraconsciente: Método de interpretação e síntese de informação obtida por escalas Likert. In: Anais do III Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade. João Pessoa: 2011.
SELLTIZ, C.; JAHODA, M.; DEUTSCH, M.; COOK, S. W. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: EPU, 1975.

Introdução à Economia Solidária


SINGER, P. Capítulo I – Fundamentos. In: SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora - Fundação Perseu Abramo, 2002, p. 7-23.

Conforme Paul Singer expõe no capítulo inicial do seu livro, a economia capitalista caminha na sociedade atual a passos largos e impõe seus fundamentos ao mundo objetivo e ao mundo subjetivo. Com isso quero dizer que os valores expressos pelo capitalismo já infiltram, de maneira profunda, a vida social e suas relações. Por isso, o modo de vida dos sujeitos torna-se, cada vez mais, pautado pelo que é central a esse sistema: a competitividade e o lucro. Se pensarmos no contexto do trabalho e das empresas, nos deparamos com uma realidade em que quanto mais competitividade houver, maior a produtividade dos empregados e assim, maior a produção, gerando mais lucro para a empresa. Esse pensamento e suas intenções são dominantes nesses ambientes, visto que a oportunidade do lucro (que se fundamenta na exploração) nunca é negada e tal lucro repousa, majoritariamente, nas mãos das hierarquias mais altas que detém sempre mais poder.
Do ponto de vista do trabalho, essa realidade acaba sendo, na verdade, brutal. Por mais que um trabalhador comum (que realiza as tarefas mais cansativas, repetitivas e, por vezes, essenciais) cumpra suas funções da melhor forma possível, ele estará apenas lutando para manter seu emprego (não ser demitido) e receber a média de salário que sempre recebe, independente da produção. Enquanto isso, quem ocupa as hierarquias mais altas (que realizam os trabalhos menos repetitivos e cansativos), por serem tomadores de decisões e detentores do poder, recebem cada vez mais pela produção dos trabalhadores comuns. Como o autor nos mostra, essa forma de funcionamento é baseada na heterogestão, onde os níveis de autoridade são limitados e a competitividade é encorajada a todo custo. Nesse quadro, o trabalhador é reduzido a uma máquina que realiza certa atividade repetitivamente, contudo, seu potencial humano e criativo é, em geral, ignorado e até mesmo indesejado, já que pensar pode levar a criticar e, nesses ambientes, isso é afastado a qualquer custo.
Paul Singer discute os caminhos necessários para a constituição de uma economia mais solidária que enfrente a desigualdade estabelecida pelo capitalismo e estimule outros valores que não competição, por exemplo. Nesse sentido, o autor destaca que a economia solidária preza pela igualdade e pela associação e que, por isso, a cooperação entre todas as partes envolvidas é essencial. Em teoria, por meio dela seria possível a busca pelo menor nível de desigualdades possível. Ao tratar das experiências em empresas capitalistas e empresas solidárias, o autor inclusive coloca em questão que em alguns casos, é inviável que a receita obtida seja dividida igualmente (por qualificação e/ou para manter funcionários imprescindíveis para a empresa). Neste caso, é defendido então que qualquer desigualdade sirva de instrumento para impulsionar, sempre, os menos favorecidos, ou seja, para continuar investindo na qualidade do ambiente do trabalho, por exemplo.  
Além disso, outra diferença central seria a forma de organização das empresas. Enquanto as empresas capitalistas insistem em um modelo de heterogestão, o autor mostra que a tomada de decisões nas empresas solidárias funciona por meio da autogestão. Assim, a empresa preza pelo contato e pelo diálogo, onde assembleias e reuniões são feitas periodicamente com toda a empresa ou setores específicos (que já se reuniram anteriormente) e as decisões são, então, tomadas democraticamente. A preocupação central estaria voltada para atender aos interesses coletivos. Portanto, não é apenas nos valores expressos por cada tipo de empresa que elas se diferenciam, mas também em sua forma de organização.
De tudo que foi dito, cabe ressaltar que as empresas, capitalistas e solidárias, servem a propósitos completamente distintos. A questão que deve ser ressaltada é o que se espera com. A empresa capitalista se mantém de um modo que reforça os privilégios de poucos, em malefício da qualidade de trabalho e de vida de muitos num modelo que retrata um abismo de desigualdades e exclusão. A economia solidaria tenta aparecer como contraponto ou “alternativa”, buscando diminuir o abismo de desigualdades, mas sofre por funcionar através de uma forma de gestão difícil de manter e administrar (principalmente em grandes escalas) visto que conseguir harmonizar interesses/necessidades em meio à diversidade de pessoas, formações, personalidades e etc. é um grande desafio. Além disso, e talvez mais importante, cabe salientar que a empresa solidária lida com a principal dificuldade de prosperar em meio a uma sociedade em que a lógica capitalista está completamente enraizada na individualidade, na economia e na cultura das pessoas.


METODOLOGIA CIENTIFICA

1. Em quais situações é mais apropriado o uso de métodos quantitativos?


É mais apropriado o uso de métodos quantitativos em situações onde se pretende validar estatisticamente uma hipótese, ou seja, onde há necessidade de maior validade externa, na qual os resultados adquiridos possam ser generalizáveis para o conjunto em análise.


O uso desses métodos quantifica, mensura e obtém dados que vão confirmar ou contestar a hipótese inicial, apoiando o pesquisador a resolver o seu problema de pesquisa. Nesse tipo de metodologia, as informações vêm em formato de números, percentuais ou ainda, de dados que possam ser trabalhados estatisticamente.


2. Quais são as principais características dos métodos quantitativos?

Segundo o artigo Métodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em saúde: algumas estratégias para a integração de Mauro Serapioni, as principais características dos métodos quantitativos são:

·         orientação à busca da magnitude e das causas dos fenômenos sociais, sem interesse pela dimensão subjetiva;

·         utilizam procedimentos controlados;

·         são objetivos e distantes dos dados (perspectiva externa, outsider);

·         são orientados à verificação e são hipotético-dedutivos;

·         possuem uma realidade estática;

·         são orientados aos resultados, replicáveis e generalizáveis.



3. Faça uma análise comparativa entre os métodos quantitativos e qualitativos

Os métodos quantitativos e qualitativos são de naturezas diferentes, com características bem distintas, mas inseridas na metodologia cientifica.


Se por um lado o método quantitativo tem como objetivos trazer a luz dados, indicadores, tendências, além de terem validade externa abrangente, replicável e generalizável, por outro lado não trazem à tona o entendimento de crenças, valores, opiniões e visões que os métodos qualitativos observam dentro do grupo de estudo.

Dessa forma, os métodos qualitativos trazem maior validade interna, focam em particularidades dos grupos sociais estudados, pretendendo compreender os fenômenos da perspectiva dos participantes. Tratam de questões ou focos de interesse amplos, que vão afunilando para pontos mais diretos e específicos no transcorrer da investigação, contudo não permitem a generalização.



INTERDISCIPLINARIDADE: UTOPIA OU NECESSIDADE?

INTERDISCIPLINARIDADE: UTOPIA OU NECESSIDADE?
Autoria: Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo, Jane Gomes de Oliveira, Rosane de Magalhães Lopes Corgosinho

Questão 1: Afinal, interdisciplinaridade é uma utopia ou uma necessidade?
A interdisciplinaridade tem como base uma forma de estruturar uma maior quantidade de constructos na formação, principalmente dos egressos de administração, onde esses precisam de uma base técnica, mas também um grande conhecimento humano, com isso pode facilitar a compreensão de múltiplas situações e ajudar aos setores envolvidos uma melhor abordagem. A interdisciplinaridade se torna importante, uma vez que unifica toda esse conhecimento em forma de analisar o objetivo como um todo não separando em pequenas partes, uma visão macro da situação. Para Gonzalez e Almeida (2010), a interdisciplinaridade pode trazer para os profissionais envolvidos crescimento e desenvolvimento dos seus conhecimentos, e conseqüentemente melhorar as práxis existentes nas equipes. Há ainda a possibilidade de a interdisciplinaridade trazer vários reflexos na comunidade que está sendo atendida, provocando assim, melhoras na qualidade de vida dos usuários do serviço. Logo a interdisciplinaridade é uma necessidade mais que essencial para a formação do Administrador.
GONZALEZ, A. D.; ALMEIDA, M. J.. 2010. Integralidade da saúde: norteando mudanças na graduação dos novos profissionais.

Questão 2: Você leu o que diferentes autores entendem como interdisciplinaridade. Agora, prepare um texto de 3 ou 4 parágrafos retomando e criticando esses pensamentos. Crítica, aqui, deve ser entendida como uma análise: faça os autores "conversarem"!

O texto faz muito bem uma reflexão sobre o papel importante da interdisciplinaridade na formação do administrador, gosto muito da abordagem e da lógica que as autoras utilizam para demonstrar seus argumentos, os autores que são utilizados para reforçar e contrapor a ideia do texto são Lück (1995) que considera que a lógica de organização das disciplinas reproduz diretamente uma fragmentação das matérias diante do saber, Leis (2001) defende que a interdisciplinaridade é condição básica para o ensino na sociedade contemporânea e Fazenda (2003) compreende a mesma como sendo uma construção de uma visão integral da sociedade e do homem.
Vejo que mesmo com cada autor tendo seu ponto de vista e suas considerações a interdisciplinaridade na Administração é um ponto de essencial necessidade, questões ambientais e tecnológicas estão sempre sendo foco da formação do administrador, as disciplinas de Projeto Integrador estimulam os alunos a integrar os conteúdos abordados em diversas áreas do conhecimento trabalhando temas da realidade das organizações. Isso confirma as análises de Fazenda (2009) e Leis (2001) e Santomé (1998) de que a interdisciplinaridade como base pedagógica pode integrar os conteúdos disciplinares e responder aos desafios econômicos e socioambientais de uma sociedade cada vez mais complexa de forma mais efetiva

Plataformas digitais e emprego: renovação ou precarização do trabalho?


Guilherme Augusto de Oliveira Freire

(1)  Contexto/problematização relacionado ao tema.

O artigo trata das perspectivas atuais que abordam a relação entre as tecnologias digitais e o trabalho. A autora identifica duas abordagens para realizar sua discussão, uma determinista e outra crítica e parte para sua problematização dissertando a respeito do empreendedorismo, da polarização social e das questões políticas relacionadas ao tema.

(2) Relevância e justificativa.

O tema abordado tem grande relevância, especialmente em tempos atuais, pela dimensão tomada pelos tipos de economia abordadas no artigo (freelancer, sob pedido e de partilha) e as consequências socioeconômicas e políticas desse quadro. Além disso, a emergência dessas novas formas de trabalho e novas relações trabalhistas é uma realidade contemporânea, portanto, o artigo justifica-se por apresentar uma análise teórica significativa ao examinar tal fenômeno.

(3) Problema de pesquisa, objetivo geral e específicos.

O problema de pesquisa do artigo põe em questão a realidade contemporânea referente aos avanços tecnológicos e ao mundo do trabalho e destaca a seguinte pergunta: “estamos perante um novo tipo de economia com novo tipo de empresa e de trabalho?”. Seu objetivo é analisar as perspectivas que se confrontam (a determinista e a crítica) para, então, expor soluções aos problemas identificados.

(4) Referencial teórico.

O referencial teórico do artigo se sustenta na apresentação da perspectiva determinista tecnológica e da perspectiva crítica no que concerne a relação entre tecnologias digitais e trabalho. Portanto, ao abordar a perspectiva determinista a autora discute os teóricos do pós-emprego, a hiperespecialização, o taylorismo digital renovado, a revolução digital a partir de autores que destacam suas vantagens como flexibilidade, competitividade, redução de custos e afins. Os autores utilizados para essa discussão são: Charles Handy (1984), Bridges (1994), Zysman e Kenney (2014), Thomas Malone (2004), Malone, Laubacher e Johns (2011), dentre outros.
Já para discutir a perspectiva crítica são utilizados autores que apresentam as consequências negativas do que é defendido pela perspectiva determinista. Portanto, a crítica paira sobre a polarização das qualificações e dos salários, o aumento da desigualdade e a crescente concentração da riqueza e do poder, a substituição do trabalho humano. A autora do artigo foca, então, nos entrelaçamentos entre essa realidade e os fatores institucionais, políticos e socioeconômicos que se fundamentam com a instituição da sociedade da informação e do conhecimento. Dentre os autores abordados para essa exposição estão: Autor (2010), Autor e Dorn (2013), Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee (2014), Stiglitz (2013), Piketty (2014), dentre outros.

 (5) Metodologia.

O artigo apresenta uma exposição teórico-bibliográfica e realiza uma revisão ampla de teorias e conceitos relativos à temática discutida. Seu foco está na discussão da abordagem determinista (empreendedorismo, pós-emprego, hiperespecialização e taylorismo digital renovado) e da abordagem crítica (revolução digital, polarização social e automatização do trabalho). Por Há, também, uma reflexão baseada em proposições políticas, apresentando algumas categorias desse campo do conhecimento (como globalização, desigualdades sociais e desenvolvimento). Dentre os autores utilizados com mais ênfase nessa exposição teórico-bibliográfica estão: Charles Handy (1984), Bridges (1994), Zysman e Kenney (2014), Thomas Malone (2004), Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee (2014), Stiglitz (2013) e Piketty (2014).

(6) Resultados.

O artigo em questão apresenta uma revisão teórico-bibliográfica, portanto, não possui em sua estrutura a apresentação de resultados, uma vez que não se trata de uma pesquisa prática e/ou empírica. Contudo, apresenta algumas propostas políticas que, na visão da autora, poderiam contribuir para que a realidade do trabalho baseado em plataformas digitais não tenha efeitos negativos alarmantes. O eixo condutor dessas propostas está na rejeição às políticas neoliberais e dentre elas se destacam: conter o setor financeiro, promover medidas justas e de controle no sistema tributário e fiscal, o investimento na criação de empregos e a garantia de direitos e condições de trabalho decente. Em uma proposição mais abrangente são colocadas também considerações a respeito de uma remodelação da globalização, tornando possível o enfrentamento das desigualdades sociais na sociedade.

(7) Considerações finais.

Em suas considerações finais, a autora dá ênfase à atuação do poder público para possibilitar a renovação do trabalho a fim de garantir o desenvolvimento econômico e social de maneira sustentável, levando em conta assim, os aspectos qualitativos envolvidos na análise da relação entre as tecnologias digitais e o trabalho.

(8) Apreciação crítica - duas perguntas.

O artigo apresenta uma exposição ampla sobre o tema que, atualmente, é muito evidente na realidade socioeconômica de nosso país. As discussões promovidas no artigo trazem um pano de fundo teórico muito importante para a realidade do trabalho e das relações trabalhistas no momento histórico que vivemos. Pensando nas abordagens discutidas, fica clara a necessidade da adoção de uma perspectiva que considere tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos na análise dessa questão, uma vez que a atuação trabalhista envolve também a dimensão simbólico-cultural da existência humana. Além disso, faz-se necessário, conforme apontado no artigo, investir em uma reflexão sobre o papel da esfera política e institucional nesse quadro, destacando-se que o desenvolvimento econômico precisa orientar-se de modo sustentável (tanto social quanto ambientalmente). Seguem as perguntas:

-Conforme o artigo discute, a perda de direitos trabalhistas e a precarização do trabalho são realidades atuais que promovem o agravamento das desigualdades sociais. Dado o contexto exposto pelo artigo, que leitura crítica pode ser realizada sobre a Reforma Trabalhista aprovada em 2017 e suas consequências socioeconômicas para o Brasil?
-A utilização das plataformas digitais discutidas (como Uber e IFood, por exemplo) tem sido cada vez maior em nossa sociedade. Considerando essa realidade, como podermos pensar a posição do consumidor em face da realidade delineada pelo artigo?


REFERÊNCIA

KOVÁCS, I. Os avanços tecnológicos e o futuro do trabalho: debates recentes. XVI Encontro Nacional de Sociologia Industrial, das Organizações e do Trabalho - Futuros do Trabalho: Políticas, Estratégias e Prospetiva. Atas do XVI ENSIOT, 2016, p. 10-23.

NOVAS ABORDAGENS NO MUNDO CORPORATIVO


RESENHA: LEMOS, A. H. C., PINTO, M. S., SILVA, M. A. C. Mal-estar nas organizações: por que os jovens estão abandonando o mundo corporativo? RACE, Joaçaba, v. 16, n. 2, p. 703-728, maio/ago. 2017. Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/race>.

Guilherme Augusto de Oliveira Freire

(1)          Contexto/problematização relacionado ao tema.
                 
O artigo aborda o tema da rotatividade da força de trabalho, especialmente, nas camadas mais jovens da população. Assim, os autores buscam problematizar os motivos que levam a alta troca de emprego nas novas gerações e, ainda, as possíveis razões para seu afastamento das grandes empresas privadas tradicionais com o intuito de se dedicaram a atividades em outras áreas.

(2) Relevância e justificativa.

O estudo justifica-se por tratar de um tema de importância significativa tanto socioeconomicamente quanto organizacionalmente. Portanto, a relevância do artigo está em sua contribuição, uma vez que entendendo as motivações dos jovens para o afastamento das grandes empresas é possível atuar para diminuir a taxa de rotatividade no mercado de trabalho e contribui-se também para que as empresas possam conhecer e reter de maneira mais apropriada esses potenciais profissionais.

(3) Problema de pesquisa, objetivo geral e específicos.

O artigo delimita como problema de pesquisa o questionamento tanto da alta rotatividade das novas gerações nos empregos quanto da migração desses profissionais para outros setores e empresas, ou seja, a troca de opção de carreira. O objetivo principal delineado foi compreender os motivos que levam os jovens a rejeitar empregos em empresas privadas tradicionais e optarem por carreiras em outras bases (como setor acadêmico e público ou no empreendedorismo).

(4) Referencial teórico.

Tópicos
Detalhamento
Autores
A Geração Y
-Geração dos nascidos entre 1980 e 2000;
-Características da geração: dinamicidade, busca por desafios, flexibilidade, autonomia e participação, ambiente descontraído.
-Ligação com tecnologia e necessidade de conexão;
-Importância do feedback: querem saber sobre seu desempenho;
-Desejos e valores da geração Y: prazer no ambiente de trabalho, desejo por flexibilidade, necessidade de ter bons relacionamentos interpessoais e maior preocupação com os aspectos ligados à responsabilidade social;
-Heterogeneidade dos perfis, mesmo com entrevistados do mesmo socioeconômico e de escolaridade;
-Crítica às generalizações feitas na literatura sobre a geração Y.
Tulgan (2009), Alsop (2008); Cennamo e Gardner (2008), Vasconcelos et al. (2010), Lipkin e Perrymore (2010); Veloso; Silva e Dutra (2012), Erick­son (2008), Cavazotte; Lemos e Viana (2012), Sá; Lemos e Cavazotte (2014), Lemos (2012), Oliveira; Piccinini e Bitencourt (2012).

O Sentido do Trabalho
-Foco na distinção entre o sentido e o significado do trabalho;
-A pesquisa adota a diferenciação que associa o significado a interpretações socialmente compartilhadas e o sentido como individual.

-Trata o sentido do trabalho como um fenômeno dinâmico e multidimensional;
-Classifica três dimensões do trabalho: individual, organizacional e social;
-Destaca elementos importantes para o sentido do trabalho: clareza dos objetivos, estruturação do trabalho, utilidade do trabalho;
-A clareza em relação aos objetivos do trabalho: contribui para dotar o trabalho de sentido;
-A estruturação do trabalho: organização eficiente também o importante para sentido;
-A utilidade do trabalho: pode ser o reconhecimento da utilidade para a organização, para outros indivíduos e/ou para a sociedade;
-Salienta que são poucos os trabalhos que abordam a questão das diferentes gerações e dos sentidos do trabalho.
Rosso; Dekas e Wrzesniewski (2010), Andrade; Da rosa e Dellagnelo (2012), Tolfo e Piccinini (2007), Cavazotte; Lemos e Viana (2012), Teixeira et al. (2014), Oliveira et al. (2004), Morin; Tonelli e Pliopas (2007), Mow (1987).


(5) Metodologia.

Elementos da pesquisa
Detalhamento
Autores
Tipo de pesquisa
Exploratória e descritiva.
-
Abordagem
Qualitativa.
-
Método de pesquisa
Pesquisa teórico-bibliográfica e entrevista em profundidade.
-
População/Amostra
Técnica “bola de neve”: Seleção de doze jovens nascidos a partir de 1980 com experiência prévia no mundo corporativo privado e que abandonaram seu emprego nessas empresas em busca de outros caminhos profissionais.
-



Unidade de Análise
Analisa as transcrições das entrevistas em profundidade.
-
Unidade de Observação
--
-
Coleta de Dados
Entrevistas em profundidade.
-
Análise de Dados
Análise de conteúdo.
Bardin (2009).


(6) Resultados.

Os resultados encontrados alinham-se com a literatura, ou seja, os jovens entrevistados apontam, em geral, as mesmas razões encontradas nas referências, a saber: pouca autonomia decisória, pouca flexibilidade e insatisfação com o trabalho. Contudo, o artigo também destaca que os entrevistados salientaram ainda outros aspectos, como o anseio por segurança (que contraria o estereótipo da juventude como propensa a riscos) e, principalmente, a constante busca de sentido no trabalho. A análise de conteúdo realizada teve enfoque nos seguintes pontos:
-A valorização da autonomia: luta contra o cerceamento da liberdade;
-Busca de melhoria da qualidade: desejo de conciliar suas vidas pessoal e profissional;
-Rejeição à falta flexibilidade: de horário, de local e jornada de trabalho;
-Rejeição ao trabalho desprazeroso: ênfase no ambiente de trabalho que oferece desafios e realizações;
-Anseio pela segurança no trabalho: busca pela estabilidade no futuro;
-Rejeição ao trabalho sem sentido: uma questão que, segundo o artigo, não é abordada na literatura e que tem muita importância para os jovens atualmente. Conforme os autores do artigo, esse ponto tem a ver tanto com a percepção do trabalho apenas como "sobrevivência", como trabalho alienado quanto com a percepção do trabalho como sem utilidade.

(7) Considerações finais.

Os autores concluem que apesar dos apontamentos apresentados se alinharem, em geral, com a literatura sobre o tema, foram encontradas também percepções novas. Portanto, aponta-se como contribuição a ênfase na insatisfação do trabalho sem sentido, muito destacada pelos entrevistados. Assim, os autores concluem que o tema do sentido do trabalho tem grande relevância para os jovens. Por fim, o artigo aponta certa tendência de desgaste do modelo de trabalho e carreira tradicional, salientando a necessidade das empresas de repensarem suas estratégias de atração e retenção dos profissionais jovens.

(8) Apreciação crítica - duas perguntas.

O artigo em questão aborda um tema muito importante em tempos atuais, principalmente, dadas as condições e a realidade trabalhista em que vivemos. O enfoque na geração “Y” também é muito oportuno para se pensar o futuro do mercado de trabalho, afinal, é preciso que as empresas comecem a se atentar para os fatores apontados no artigo a fim de se construir um ambiente de trabalho mais alinhado aos anseios e valores descritos. Nesse sentido, podemos também pensar que, enquanto algumas abordagens desse tema sempre se apoiam na adaptação do trabalhador às exigências das empresas, o presente artigo traz uma perspectiva interessante, buscando destacar que é preciso também pensar no que é importante para os profissionais. Seguem as perguntas:
-A busca pelo “sentido do trabalho” conforme delineado no artigo tem, é claro, sua importância, especialmente, em nossa sociedade cada vez mais hierarquizada. Contudo, podemos pensar que a rejeição a certas carreiras e o abandono de postos de emprego em prol dessa busca é realmente uma realidade acessível às diferentes camadas da população? Portanto, poderia ser considerado um movimento elitista?
-O artigo tem ênfase, basicamente, em três tipos de carreiras: a acadêmica, a pública e o empreendedorismo. Considerando que duas dessas carreiras (acadêmica e pública) tem enfoque voltado para o coletivo, particularmente, prestando-se serviços diretos à sociedade, podemos entender que as pessoas têm se preocupado mais com a sua atuação no mundo? Isso pode ter relação com algum engajamento político e social mais amplo?



Gestão de pessoas e resultados: é possível estabelecer um fluxo causal?


LACOMBE, B. M. B.; ALBUQUERQUE, L. G. Avaliação e mensuração de resultados em gestão de pessoas: um estudo com as maiores empresas instaladas no Brasil. Revista de Administração, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 5-16, jan./fev./mar., 2008.



Guilherme Augusto de Oliveira Freire

(1)  Contexto/problematização relacionado ao tema.

O artigo em questão busca investigar os procedimentos adotados para a avaliação e mensuração de resultados das ações promovidas no âmbito da Gestão de Pessoas em grandes empresas instaladas no Brasil. Além disso, destaca também o aumento nos estudos voltados para essa área do conhecimento e busca apresentar as diferentes abordagens sobre o tema.

(2)          Relevância e justificativa.

O tema abordado assume significativa relevância no âmbito da gestão organizacional, afinal, o investimento na área de relações humanas (RH) precisa demonstrar um retorno para as empresas. Nesse sentido, o estudo em questão justifica-se por contribuir para o aprimoramento das ações em Gestão de Pessoas, auxiliando assim, o desenvolvimento da administração estratégica de RH. 

(3) Problema de pesquisa, objetivo geral e específicos.

O artigo não define um problema de pesquisa preciso, entretanto, a pesquisa investiga os procedimentos adotados por grandes empresas no âmbito da Gestão de Pessoas. Para isso, os autores discutem as propostas de avaliação a partir de duas abordagens distintas: a avaliação e mensuração dos impactos das ações da Gestão de Pessoas nos resultados organizacionais e a avaliação e mensuração de resultados para RH. O objetivo geral foi realizar um levantamento das ações utilizadas no âmbito da avaliação e mensuração de resultados em Gestão de Pessoas por grandes empresas do âmbito privado instaladas no Brasil.

(4) Referencial teórico.

Tópicos
Detalhamento
Autores
Estudos sobre o impacto das práticas de RH


-Tipo de pesquisa desenvolvido com mais força a partir de 1980;
-Procura encontrar práticas que sejam melhores para as organizações;
-Objetivo é estudar os efeitos  que as políticas e práticas de RH têm no desempenho organizacional;
-Mensuração e avaliação são feitas a partir de uma amostra para verificar se tal prática (ou conjunto de prática) afeta os índices de desempenho das empresas;
-Esse tipo de pesquisa lida com problemas teóricos e metodológicos;
-Tipologia de estudos:
1-abordagem universalista que objetiva encontrar um conjunto de práticas (as melhores práticas) de RH generalizável para todas as empresas;
2-abordagem contingencial que segue uma perspectiva comportamental e busca apontar quais práticas são relevantes para cada posição estratégicas;
3-abordagem configuracional que busca identificar, em um nível teorético, os fatores (ou padrões de fatores) que podem configurar o desempenho máximo da organização.
Ulrich (1997), Rogers e Wright (1998), Huselid (1995), Becker e Huselid (1998), Becker; Huselid E Ulrich (2001), Terpstra e Rozell (1993), Fombrun, Devana e Tichy (1984), Schuler e Jackson (1987), Delery e Doty (1996).

Estudos sobre mensuração de RH
-Esse tipo de estudo se ampara na mensuração (quantitativa) dos resultados advindos da adoção de políticas e práticas de RH para a organização;
- Padrão de referência: Balanced Scorecard.
-Esse padrão de referência busca relações causais entre: investimentos/custos e resultados;
-Na literatura há certa concordância entre dois tipos de medidas: as operacionais (eficiência das atividades tradicionais) e as estratégicas (efeito das ações na área de RH sobre os processos);
-A própria área de RH também precisa ser avaliada;
-Propostas de mensuração são de natureza aplicada, portanto, não esclarecem base teórica de sua fundamentação: procurar esclarecer a relação de causa entre ações de RH e resultados organizacionais.
Norton e Kaplan (1997), Becker; Huselid e Ulrich (2001), Fitz-Enz (2001), Ulrich (1997), Wrigth e Snell (2001).


(5) Metodologia.

Elementos da pesquisa
Detalhamento
Autores
Tipo de pesquisa
Exploratória e descritiva
-
Abordagem
Quantitativa e qualitativa
-
Método de pesquisa
Pesquisa bibliográfica
-
População/Amostra
Conjunto das maiores empresas (com mais de 500 empregados) privadas instaladas no Brasil.
Exame (2004).



Unidade de Análise
--
-
Unidade de Observação
--
-
Coleta de Dados
Questionários e grupo de foco.
--
Análise de Dados
Análise de conteúdo e análise por correspondência.
Lima (2000) e Albuquerque (2002).

(6) Resultados.

O artigo identifica, a partir de sua análise das ações de mensuração e avaliação no âmbito da Gestão de Pessoas, três grandes grupos de empresas:
-Grupo 01 - avaliação em transição: composto por 52 empresas que realizam algumas atividades de avaliação da Gestão de Pessoas, mas com poucos procedimentos estruturados e foco nos interesses dos acionistas e da estratégia organizacional. Contudo, há procedimentos mais estruturados na área de RH;
-Grupo 02 - avaliação em estágio inicial: composto por 13 empresas, onde não há avaliação da Gestão de Pessoas, apenas poucos procedimentos e as práticas de RH têm prioridade;
-Grupo 03 - avaliação completa: composto por 23 empresas em que todas as etapas da avaliação da Gestão de Pessoas são contempladas, além da adoção de instrumentos de gestão como o Balanced Scorecard e a Gestão por Competências.
Os autores destacam também os seguintes resultados como mais importante para a Gestão de Pessoas: Gestão de clima (28%); Agregador para resultados organizacionais (produtividade, lucratividade etc.) (27%); Alinhamento das pessoas à organização (25%); Indicadores organizacionais: lucratividade, vendas, produtividade etc. (25%); Satisfação dos empregados (21%); Desenvolvimento das pessoas (15%); Retenção (15%); Atração (10%); Satisfação dos clientes (10%); Competência (10%); Comprometimento (8%); Diminuição da rotatividade (6%) e Outros (6%).
Em geral, o artigo aponta que o processo de avaliação da Gestão de Pessoas na maioria das empresas ocorreu de modo reativo, que há dificuldade em estruturar políticas e práticas para o comportamento da gestão e que a maioria das empresas ainda se encontra em transição, portanto, não há um fluxo causal definido.

(7) Considerações finais.

Os autores concluem que, nas empresas pesquisadas, não é assumida uma abordagem sistêmica da Gestão de Pessoas, o que faz com que certas decisões sobre políticas e práticas sejam tomadas de forma isolada na gestão. Além disso, apontam que os resultados buscados pela Gestão de Pessoas são, por vezes, muito amplos e que isso dificulta o estabelecimento de um fluxo causal entre as ações da gestão e os resultados. Contudo, o artigo também confirma a importância de um programa de Gestão de Pessoas estruturado para a avaliação e mensuração dos resultados, pois se entende que as contribuições desse programa beneficia a estratégia organizacional como um todo. De toda forma, os autores reconhecem a limitação amostral da pesquisa em questão e destacam a necessidade de outras pesquisas na área.

 (8) Apreciação crítica - duas perguntas.

O artigo aborda uma temática ainda em construção, apesar do crescente número de estudos na área. O tema se mostra muito relevante, especialmente, pela abordagem adotada no artigo que busca integrar aspectos quantitativos e qualitativos na análise. Além disso, a discussão teórica dos autores traz boas considerações a respeito das práticas e ações, principalmente, ao enfatizar a importância de sua contextualização em cada organização, ou seja, reconhecendo as particularidades de cada estratégia organizacional. Portanto, considera-se que os autores expõem apontamentos importantes sobre o tema, apresentando uma perspectiva que merece ser aprofundada. Seguem as perguntas:
-O artigo tem seu enfoque em empresas do setor privado, apontando inclusive a centralidade dos resultados financeiros que, em maior ou menor medida, são o que mais importa para as decisões das organizações. Levando em consideração esse cenário, como lidar com o fato de que as ações, práticas e políticas da Gestão de Pessoas, comumente, envolvem retornos em longo prazo se, no âmbito privado, o resultado financeiro imediato, em geral, é o que norteia as decisões?
-Conforme os resultados da pesquisa realizada no artigo, poucas empresas realizam o processo de avaliação por completo e a maioria delas iniciou seu processo de avaliação de modo reativo. Considerando esse panorama, é possível inferir que as ações de avaliação da Gestão de Pessoas não têm prioridade na gestão? O melhor detalhamento do fluxo causal entre as ações da Gestão de Pessoas e os resultados seria o caminho mais eficiente para direcionar a atenção das empresas para esse tema?