segunda-feira, 22 de junho de 2020

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os impactos na Educação Física escolar.

A Base Nacional Currículo Comum (BNCC) é um documento regulamentador desenvolvido pelo Ministério da Educação das aprendizagens essenciais para todos os estudantes das escolas brasileiras, tem como objetivo criar competências gerais para o desenvolvimento dos estudantes durante sua vida escolar. A BNCC não é um currículo mas um orientador curricular, os estados e municípios devem elaborar seus currículos a partir dos princípios pontos abordados nele, “Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação” (BRASIL, 2017, p. 8). Nesse sentido a BNCC inclui a Educação Física dentro da área das linguagens, junto com o ensino da língua portuguesa, línguas estrangeiras e artes, as competências da Educação Física são divididas em, unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades, o documento tem grandes avanços como a questão colaborativa de seu desenvolvimento, mas tem grandes retrocessos como o foco com a preocupação da eficiência do ensino e a meu ver uma vertente tecnocrática onde formam “robôs” e não “seres pensantes”.

A Educação Física é o elemento curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história. A proposta é que o aluno consiga pensar no significado social das práticas corporais, a origem histórica e na afinidade que elas têm com as relações humanas, além dos próprios movimentos a serem trabalhados em determinada prática, as expressões culturais também passam a ser objeto de conhecimento da Educação Física. A Educação Física, no contexto atual, quando inserida na área das Linguagens, tenta romper a visão biologicista que durante tanto tempo esteve enraizada, e traz a visão de um corpo que não nega o orgânico, mas que, mais do que nunca, valoriza a cultura na qual encontra-se inserido, trazendo a cultura de movimento como seu objeto de estudo. Mendes e Nóbrega (2009, p. 03). Essa visão tem tanto questões positivas quanto negativas. O foco da discussão deve ser o complexo processo professor – profissão – escola – conteúdo (RUFINO, DE Souza neto, 2016). Acho que o maior ponto negativo e o fator limitante do professor de Educação Física que tem como base de sua formação grande parte na área da saúde e ficará limitado, não podendo exercer o que foi desenvolvido na universidade, mas por outro lado tem oportunidade de integrar seus alunos em uma questão mais cultural e ampla, e uma questão complexa onde eu vejo que quem mais perde e o aluno, o professor de Educação Física tem um potencial de integrar os alunos nessas áreas ligando a parte lingüística e de comunicação corporal com a visão biologicista criando elementos facilitadores para o aprendizado dos alunos,.



REFERÊNCIAS



BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2020.



MENDES, Maria Isabel B. S.; NÓBREGA, Terezinha Petrúcia. Cultura De Movimento: Reflexões a partir da Relação entre Corpo, Natureza e Cultura. Pensar a Prática, Goiânia, v. 12, n. 2, ago. 2009. ISSN 1980-6183.



RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DE SOUZA NETO, Samuel. Saberes docentes e formação de professores de Educação Física: análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na perspectiva da profissionalização do ensino. Motrivivência, Florianópolis, v. 28, n. 48, p. 42-60, set. 2016. ISSN 2175-8042

x

Nenhum comentário:

Postar um comentário